O que é IOF? Entenda tudo sobre o imposto
O IOF, ou Imposto sobre Operações Financeiras, é um tributo que veio à tona após diversas movimentações que geraram destaque no contexto econômico e governamental do Brasil. Com o objetivo de equilibrar as contas públicas, o Governo Federal projetou medidas que pudessem aumentar a arrecadação de impostos – dentre elas, um reajuste do IOF.
Neste conteúdo, separamos os principais pontos sobre o Imposto sobre Operações Financeiras, abordando desde o impacto dele no seu dia a dia até de que forma as mudanças afetam o cenário econômico do país.
O que é IOF e qual o seu objetivo?
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é um tributo federal pago por pessoas físicas e jurídicas em operações que envolvem crédito, câmbio, seguros, investimentos ou negociação de títulos e valores mobiliários.
Além de sua função arrecadatória, o IOF serve como instrumento de monitoramento e regulação da economia. A partir dos dados gerados por sua cobrança, o governo consegue acompanhar o volume e o perfil das movimentações financeiras, utilizando essas informações para definir estratégias que estimulem ou freiem determinados setores.
Sua incidência ocorre sempre que há movimentações financeiras específicas, e as alíquotas podem variar conforme o tipo e o prazo da operação. Mais do que um imposto, o IOF é uma ferramenta de política econômica.
Quando o IOF aparece no seu dia a dia
O IOF faz parte da rotina das pessoas em várias situações financeiras comuns — muitas vezes de forma discreta, embutido nos custos das operações. Separamos alguns exemplos em que esse imposto está presente.
Cartão de crédito
Ao fazer compras com cartão de crédito, é cobrado 3,5% de IOF sobre o valor da transação.
Empréstimos e financiamentos
Toda vez que você contrata um empréstimo, financiamento de carro ou crédito consignado, incide IOF sobre o valor liberado.
Câmbio e compra de moeda estrangeira
Se você está planejando uma viagem e decide comprar dólar ou euro em uma casa de câmbio, também paga IOF. A alíquota de IOF para essa operação é de 3,5%.
Contratação de seguro
Na hora de contratar um seguro, seja de vida, automóvel ou residência, há incidência de IOF, que varia dependendo do tipo de apólice. No caso dos seguros, o IOF pode variar entre 0,38% e 25%.
Investimentos de curto prazo
O IOF pode incidir sobre resgates de aplicações financeiras, como CDBs e fundos de investimento, principalmente se forem resgatadas antes de 30 dias. Para esses casos, é válido a tabela regressiva abaixo:
Dias | % |
---|---|
1 | 96 |
2 | 93 |
3 | 90 |
4 | 86 |
5 | 83 |
6 | 80 |
7 | 76 |
8 | 73 |
9 | 70 |
10 | 66 |
11 | 63 |
12 | 60 |
13 | 56 |
14 | 53 |
15 | 50 |
16 | 46 |
17 | 43 |
18 | 40 |
19 | 36 |
20 | 33 |
21 | 30 |
22 | 26 |
23 | 23 |
24 | 20 |
25 | 16 |
26 | 13 |
27 | 10 |
28 | 6 |
29 | 3 |
30 | 0 |
Esses são apenas alguns exemplos que estão em frequentes decisões financeiras do dia a dia. Existem outras operações financeiras em que o tributo é cobrado e iremos abordá-las no próximo tópico.
Qual é a taxa do IOF?
Como dito anteriormente, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras varia conforme o tipo de operação e a sua finalidade. Para conferir quais são as operações financeiras e suas respectivas alíquotas, clique aqui.
Após decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltaram a vigorar as taxas previstas no decreto do Governo Federal para operações financeiras. A única exclusão do decreto original foi a suspensão da cobrança sobre as operações de risco sacado.
Para facilitar o entendimento sobre as mudanças, preparamos uma tabela comparativa com os valores que estavam em vigor anteriormente e as novas alíquotas atualmente aplicáveis. Confira:
Operação | Como estava após a derrubada do decreto | Como passará a ser agora |
---|---|---|
Cartões internacionais | 3,38% | 3,50% |
Compra de moeda estrangeira | 1,10% | 3,50% |
Remessas para contas no exterior | 1,10% | 3,50% |
Remessas para investimentos no exterior | 1,10% | seguem em 1,1% |
Operações de câmbio não especificadas | 0% | 0,38% na entrada (do dinheiro no país) e 3,5% na saída |
Transferência de fundos ao exterior | 0% | seguem em 0% |
Crédito para empresas no Simples Nacional | 0,38% + 0,00137% ao dia (teto de 0,88% ao ano) | 0,95% para operações até R$ 30 mil + 0,00274% ao dia (teto de 1,95% ao ano) |
Crédito para demais empresas (PJ) | 0,38% + 0,0041% ao dia (teto de 1,88%) | 0,38% + 0,0082% ao dia (teto de 3,38%) |
Empréstimos de curto prazo (até 364 dias) | 0% | 3,50% |
Operação de risco sacado | Isento | Isento |
Aportes em VGBL (2025) | Isento | 5% sobre excedente a R$ 300 mil |
Aportes em VGBL (2026) | Isento | 5% sobre excedente a R$ 600 mil |
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) | Isento | alíquota de 0,38% sobre compra de cotas primárias, inclusive por bancos. |
Informações extraídas do Valor Investe.
Qual a diferença entre IOF e juros?
Embora muitas pessoas confundam os dois, IOF e juros são conceitos distintos e cumprem funções diferentes nas transações financeiras.
Essa confusão é comum porque ambos aparecem em operações como financiamentos, cheque especial e uso do cartão de crédito. No entanto:
- Juros são cobrados pelas instituições financeiras como remuneração pelo crédito concedido — ou seja, é o valor que o banco cobra pelo dinheiro emprestado.
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), por outro lado, é um tributo federal cobrado pelo governo, não pelo banco. Ele incide sobre as operações financeiras e tem função arrecadatória e regulatória.
Portanto, enquanto os juros representam o custo do crédito, o IOF representa uma obrigação tributária adicional sobre a operação. Ambos podem aparecer na mesma transação, mas não são a mesma coisa.
O que ficou definido sobre o IOF?
Até a última atualização deste material, em 24 de julho de 2025, o Imposto sobre Operações Financeiras sofreu um aumento após decisão monocrática de reativar o decreto inicial do governo pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A única alteração, no entanto, foi a suspensão da cobrança em operações de risco sacado – quando uma empresa antecipa o pagamento a fornecedores com seus recebíveis como base.
Diante de muitas decisões, decretos e notícias, é normal que surjam dúvidas sobre a situação em que se encontra o imposto. Com a proposta de facilitar a visualização de cada movimentação, criamos uma linha do tempo que retrata desde a primeira divulgação do anúncio do decreto pelo Governo Federal até a última atualização – que considera a circunstância vigente do tributo.
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Qual a repercussão do IOF na economia?
Por estar diretamente vinculado às movimentações financeiras, qualquer alteração em sua alíquota tende a provocar efeitos imediatos no mercado. Diferente de outros impostos, o IOF está no centro das decisões estratégicas das empresas, especialmente no que diz respeito à gestão de capital e planejamento financeiro.
O impacto direto é percebido em empréstimos, financiamentos e operações de capital de giro. O aumento da alíquota eleva o custo dessas transações, comprometendo empresas que operam com margens apertadas ou que dependem de crédito para manter um fluxo de caixa saudável. O encarecimento do crédito leva à revisão de contratos, à contenção de investimentos e a ajustes em toda a cadeia produtiva, gerando reflexos significativos na competitividade e na rentabilidade das operações.
No cenário internacional, os efeitos são ainda mais sensíveis. O aumento do IOF sobre operações de câmbio encarece importações e exportações, reduzindo a atratividade das transações internacionais. Empresas que atuam no comércio exterior precisam reavaliar suas estratégias, já que o aumento do custo cambial impacta diretamente sua posição no mercado global. O cenário se agrava diante de oscilações cambiais, que podem intensificar o efeito do imposto sobre o preço final das mercadorias.
Mesmo empresas que não realizam operações diretas com crédito ou câmbio sentem os efeitos do aumento do IOF. Isso ocorre porque fornecedores, bancos e seguradoras repassam os custos adicionais nas tarifas, prêmios, taxas e nas condições comerciais. Na prática, esse reajuste se infiltra nos preços de produtos e serviços, elevando os custos de forma indireta e muitas vezes imperceptível — mas com impacto real sobre a lucratividade.
Em resumo, o aumento do IOF afeta diretamente o custo das operações financeiras e indiretamente toda a cadeia produtiva.
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